Questionados sobre alta nos casos do país, diretores da entidade afirmam que é necessário transmitir mensagens claras à população
ATUALIZADO 27/11/2020 16:51

Segundo o diretor de emergências da entidade, Michael Ryan, no caso específico do Brasil, o sistema de saúde conseguiu absorver a “pancada” da primeira onda “de forma maravilhosa”, mas, com a fadiga dos profissionais de saúde, “não podemos assumir que conseguirá mais uma vez”.
Ryan alertou ainda para a necessidade de proteger os trabalhadores da linha de frente para que consigam lidar com a alta nos casos. “Se voltarmos para uma situação de UTIs lotadas, a mortalidade vai crescer. Precisamos agir rapidamente, de forma mais consistente e colaborativa. Na primeira vez, tínhamos a desculpa de que estávamos aprendendo, adaptando, testando o que a população aceitaria. Mas, na segunda, precisamos agir melhor”, frisou.
Lições da Europa
Ryan afirmou ainda que o Brasil pode aprender com o que vem acontecendo na segunda onda da Europa e da América do Norte para evitar que o cenário da primeira onda se repita. Segundo ele, os governos estão lidando com o surto de forma muito mais eficiente desta vez.
“É preciso tomar ações decisivas para reduzir a transmissão. Por isso, é preciso a compreensão das pessoas sobre o distanciamento social, uso de máscara e importância da higiene. É difícil, principalmente em áreas muito populosas, onde as pessoas precisam sair de casa para se sustentar”, pontuou o diretor.
Porém, ele ensinou que, quando é feita uma intervenção com base na sociedade e as pessoas estão envolvidas, o quadro de transmissão é capaz de mudar rapidamente. “A Europa melhorou a consistência das mensagens, e as populações precisam receber informações claras”, afirma.