Pesquisa com mais de 4 mil espanhóis revela que a maioria das pessoas não engordou nem emagreceu durante o isolamento
ATUALIZADO 17/09/2020 20:42

Porém, de acordo com um estudo feito na Espanha e publicado no jornal científico Obesity Research & Clinical Practice, a mudança na balança não foi tão percebida assim, e a saúde mental teve grande interferência nessa situação.
Mais de 4.300 espanhóis entre 16 e 84 anos responderam ao questionário da Universidade de Oviedo. A maioria deles, 52,88%, declarou não ter mudado de peso durante o isolamento. Dos restantes, 25,82% perceberam ter engordado e 21,27% emagreceram. A variação maior está entre homens e indivíduos obesos – pessoas mais velhas tiveram maior estabilidade na balança.
Segundo os pesquisadores, sintomas de depressão estão ligados às mudanças de peso, seja para mais ou para menos. “Todos os estudos até agora indicam que a situação estressante causada pela Covid-19 levou à mudança no peso dos indivíduos por conta de hábitos de alimentação não saudáveis (fome emocional, alimentação restritiva e muitos lanches). A adaptação ruim aos comportamentos alimentares foi identificada em todas as pessoas, mas obesos mostraram maior variação de peso”, escrevem os cientistas no estudo.
Além disso, os pesquisadores perceberam que as pessoas com as maiores diferenças na balança mostravam sinais depressivos, enquanto aqueles que se consideram otimistas e fazem exercícios moderados ou intensos com frequência não tiveram variação de peso.
“O estresse da Covid-19 pode ter desencadeado sintomas depressivos entre indivíduos, o que levou a comportamentos alimentares piores e grandes mudanças de peso. Pessoas otimistas tendem a ser confiantes com as mudanças da vida, mais resilientes”, dizem os responsáveis pelo levantamento.
Quanto à atividade física, como esperado, pessoas que praticaram menos exercício tiveram maior ganho de peso. “Otimismo e atividade física parecem ser ‘elementos de proteção’ e devem ser promovidos”, escrevem os pesquisadores.